Variante Delta do coronavírus já tem 87 casos confirmados no Rio Grande do Sul. Um dos infectados não resistiu

bailey aschimdt
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Testes solicitados pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em amostras de material fornecido por pacientes de coronavírus apontaram mais 19 casos da variante Delta no Rio Grande do Sul. Assim, o Estado já soma 87 confirmações de contágio pela cepa, mais transmissível. Um dos pacientes morreu.

De acordo com o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), o número oficial pode chegar a 235 nos próximos dias. Isso porque o órgão aguarda resultado de análises em outras 148 amostras que já são consideradas como provavelmente associadas à Delta.

Ainda no que se refere ao infectado que não resistiu, trata-se de um idoso de 60 anos e que era residente em Santo Ângelo (Região das Missões), onde faleceu há duas semanas. A cidade teve confirmado, ainda, um segundo caso envolvendo a cepa indiana, envolvendo um homem de 30 anos e que já se recuperou.

Presença em território gaúcho

Conforme o governo gaúcho, o Rio Grande do Sul é o único Estado a realizar sequenciamento parcial na vigilância genômica para a identificação de prováveis “variantes de preocupação” (mutações genéticas que podem trazer alguma mudança no comportamento do vírus responsável pela covid).

Após essa primeira identificação, as amostras seguem para um sequenciamento genômico completo, que fornece detalhes do perfil de mutações e classifica com precisão a linhagem de cada amostra. Essa segunda etapa é realizada pela Fiocruz, no Rio de Janeiro.

Os casos conhecidos até agora da cepa no Estado são oriundos de indivíduos residentes em Porto Alegre, na já mencionada Santo Ângelo e em outras 26 cidades:

Guaíba, Triunfo, Viamão, Canoas, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Cachoeirinha, Alvorada, Esteio, Sapucaia do Sul, Paraí, Bom Retiro do Sul, Gramado, Canela, Carlos Barbosa, Caxias do Sul, Garibaldi, Itaqui, Nova Bassano, Panambi, Passo Fundo, Santa Maria, Santa Rosa, Santana do Livramento, São José dos Ausentes e Capão da Canoa.

Expansão da cepa desafia autoridades

Predominante no planeta desde meados de junho, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a variante Delta é hoje uma das principais preocupação das autoridades no enfrentamento à pandemia. E embora já tenha sido identificada há sete meses, as dúvidas ainda são maiores que as certezas.

Pesquisas indicam que a cepa indiana é mais transmissível, mas ainda não se tem uma conclusão definitiva se a sua letalidade também supera as demais.

Com mutações que a tornaram mais eficiente para invadir as células humanas, acelerando o ciclo de replicação e transmissão, a variante inicialmente denominada “B.1617.2” passou a ser chamada pela quarta letra do alfabeto grego por ser a quarta cepa de preocupação reconhecida pela OMS e também para tornar o seu conhecimento mais acessível aos leigos.

Mutações são modificações aleatórias que surgem durante o processo de replicação do invasor original dentro de uma célula infectada. Na maioria das vezes, elas não conferem vantagem alguma ao vírus, ou seja, não vingam. Mas, quando há melhoria para o ciclo de vida do vírus, a nova versão se torna mais prevalente por seleção natural.

(Marcello Campos)

 

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