Mais de 2,86 milhões de habitantes do Rio Grande do Sul já estão com o esquema vacinal completo, seja pela dose única do imunizante da Janssen ou pela segunda injeção de Coronavac, Oxford ou Pfizer.
Esse contingente representa 52,5% do grupo prioritário (5,25 milhões), 35,3% dos indivíduos vacináveis (8,95 milhões de adultos) e 27,8% da população geral dos 497 municípios gaúchos (11,3 milhões).
Já no que se refere à aplicação da primeira dose de qualquer uma das três vacinas de dupla etapa, são mais de 6,33 milhões de habitantes do Estado contemplados pela primeira dose, o que representa 79% do grupo prioritário, 74% dos indivíduos vacináveis e 58,3% da população geral do Estado.
Quanto à abrangência das vacinas ministradas em duas etapas, o predomínio de primeiras doses no Rio Grande do Sul é do imunizante de Oxford-Astrazeneca (54,9%), seguido pela Coronavac-Butantan (29,4%) e Pfizer-Comirnaty (15,7%).
Em procedimentos de segunda injeção, ainda prevalece a Coronavac (56,9%), tendo na vice-liderança estadual o imunizante de Oxford (41,2%) e em terceiro lugar a Pfizer (1,9%). No caso específico da Janssen, as aplicações – iniciadas no dia 26 de junho – já contemplaram 291.993 gaúchos.
Os quantitativos, índices de cobertura e outros detalhes foram apurados no final da noite desta quarta-feira (4) e podem ser consultados na plataforma oficial de monitoramento da Secretaria Estadual da Saúde (SES) na internet e redes sociais, com dados relativos a toda a campanha, iniciada em 19 de janeiro. Confira as atualizações em vacina.saude.rs.gov.br.
Ritmo deve se acelerar
Levando em conta o ritmo da imunização nos municípios gaúchos e o anúncio sobre o recebimento de mais doses pelo Ministério da Saúde, a Secretaria Estadual da Saúde revisou as projeções relativas à campanha.
A nova estimativa oficial indica que toda a população com idade a partir de 18 anos deve estar com o ciclo completo ainda neste mês. O prazo anteriormente divulgado era de 7 de setembro.
Esse novo cenário no curto prazo foi chancelado nesta quarta-feira, durante reunião do Gabinete de Crise do Palácio Piratini, e tem por base estudos técnicos realizados pela SES. Mas depende, é claro, de o governo federal fazer a sua parte.
Para as próximas semanas, o governo gaúcho espera o desembarque de 1,7 milhão de doses de Coronavac, Oxford e Pfizer, para aplicação tanto em primeira quanto em segunda injeção.
“Esse quantitativo é suficiente para destinar primeiras doses para toda a população de até 18 anos”, conforme avaliação da chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri. A titular da Secretaria, Arita Bergman, acrescenta:
“Há uma excelência na vacinação no Rio Grande do Sul. O Ministério da Saúde divulgou um informe técnico que nos coloca em segundo lugar [atrás do Acre] em termos de menor percentual [34%] ainda não vacinado de primeira dose no País. Em relação à segunda dose, estamos na liderança nacional”.
Imunidade coletiva
Para que seja possível atingir a imunidade coletiva no Estado, é necessário imunizar pelo menos 70% da população com as duas doses ou dose única, mas isso precisa ser feito de forma homogênea entre municípios e faixas etárias. O ideal é que o Estado atinja 90% de cobertura vacinal, ressalta o Cevs. E ainda falta vacinar 882.091 gaúchos de 18 a 39 anos.
A SES tem reforçado a necessidade de que prefeituras façam uma busca ativa de quem deixou de se vacinar quando chegou a sua vez. Há grande disparidade entre as cidades na aplicação de imunizantes, porque algumas avançam a campanha para novos grupos etários sem que as faixas anteriores tenham atingido cobertura mínima.
“Não adianta acelerar até chegar aos cidadãos a partir de 18 anos se parte da população mais velha ficou para trás”, alerta a Arita Bermann. “É preciso olhar para frente, mas atentos ao retrovisor.”
(Marcello Campos)