Pesquisa da XP-Ipespe divulgada nesta terça-feira mostrou que a percepção de quase metade da população é a de que a corrupção vai aumentar nos próximos seis meses. Do total de entrevistados pelo levantamento, 46% disseram ter essa sensação em agosto deste ano.
É o maior percentual desde o início da série histórica da pesquisa, iniciada em novembro de 2018, quando a fatia das pessoas que achava que a corrupção iria aumentar era de apenas 17%.
Cabe lembrar que naquele momento Jair Bolsonaro havia acabado de ser eleito no segundo turno com um discurso fortemente marcado pelo combate à corrupção.
Quase dois anos e oito meses depois, mais que duplicou o contingente de pessoas que acha que esse tipo de crime, profundamente ligado à gestão pública, vai aumentar no futuro breve.
Também em novembro de 2018, o percentual de pessoas que achava que a corrupção iria diminuir nos próximos seis meses era majoritário na pesquisa, com 56% dos entrevistados com essa impressão.
Novamente o cenário refletia uma expectativa entre parte da população de que com a eleição de Bolsonaro, que teve ao seu lado o ex-juiz Sergio Moro como ministro da Justiça à época, a corrupção seria combatida. Este contingente de pessoas, que acreditava que a corrupção iria diminuir, caiu, em agosto deste ano, para 17%.
A demissão de Moro em abril do ano passado e o virtual fim da Lava Jato, os casos de suspeita de corrupção de compra de vacinas contra a Covid-19 pelo Ministério da Saúde e a mansão adquirida pelo senador Flávio Bolsonaro em Brasília no valor de 6 milhões de reais podem ter deteriorado a esperança dessa parcela da população de que a corrupção poderia reduzir no atual governo.