Mesmo sem violência, atos do 7 de Setembro soaram violentos no exterior

bailey aschimdt
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A expectativa de que haveria violência nos atos de 7 de Setembro, criada pelas incitações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro a seus apoiadores ao longo das últimas semanas, não se concretizou. Pelo menos até a hora da publicação desta nota. Mas no exterior, mesmo assim, as manifestações soaram violentas. O famoso analista Ian Bremmer, do Eurasia Group, disse em sua análise publicada nesta terça-feira, 07, que Bolsonaro perde apoio quanto mais extremista ele fica, já perdendo publicamente suporte do empresariado e dos banqueiros. Mas Bremmer chamou a atenção de que Bolsonaro andou dizendo que só existem três opções possíveis para as eleições no ano que vem: ele ou vencerá, ou será preso ou morto. Ou seja, perder as eleições é inconcebível. Ele também diz que Bolsonaro apoio de policiais e arremata que o Brasil poderá ver um 6 de janeiro com esteróides, em alusão ao dia em que apoiadores de Trump invadiram o Capitólio.

Também o Financial Times falou do risco de o Brasil viver dias parecidos com o que aconteceu nos Estados Unidos e relatou os casos de ameaças de morte ao ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, feitas por bolsonaristas. Moraes já teve até um pedido de impeachment feito por Bolsonaro e foi atacado nominalmente em seu discurso na Avenida Paulista. O jornal The Guardian dizia em sua capa na versão online que “os obstinados de Bolsonaro vão às ruas do Brasil para incitar pelotões de fuzilamento e golpes”. A imagem de instabilidade e violência que está se concretizando no exterior tende a afastar ainda mais o investidor estrangeiro do país. 

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