Conheça o Red Bull Bragantino: campeão e novo integrante da elite feminina

bailey aschimdt
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Na última terça-feira, 7, o Red Bull Bragantino comemorou um feito inédito em sua história recente com a equipe feminina: o título da Série A-2 do Campeonato Brasileiro, logo em sua primeira participação, depois de uma campanha espetacular no Paulista Feminino, em 2020, quando eliminou o São Paulo nas quartas de final, rival este que foi o terceiro colocado da última edição da Série A-1 do Brasileiro, o bloco de elite da competição.

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Formado por conta das obrigatoriedades impostas pela CBF, que estabelece que as equipes classificadas à primeira divisão do Brasileiro masculino precisam ter um time feminino de categoria adulta e outro de categoria de base, o Massa Bruta formou um grande elenco a partir de março de 2020, com Camilla Orlando em seu primeiro trabalho como técnica de uma equipe profissional.

Orlando foi campeã em 2019 pela equipe do Internacional no Brasileiro Feminino sub-18, quando derrotou o São Paulo nos pênaltis.

Da formação à semifinal do Paulista feminino

Técnica Camilla Orlando faturou a sua primeira taça –CBF/Divulgação

Com o objetivo de chegar ao Brasileiro Feminino A-2, que tinha reservada uma vaga para uma equipe paulista por meio do campeonato estadual, o Red Bull Bragantino foi formado em março de 2020. Devido à pandemia da Covid-19, o campeonato foi suspenso por tempo indeterminado e ainda chegou a ser adiado por três vezes, até que em outubro começou a ocorrer.

Dividido em dois grupos com seis equipes cada, a equipe terminou com a última vaga do grupo A, cruzando caminho com o São Paulo. Veio, então, a primeira façanha: classificação pelo placar agregado de 2 a 1.

Na semifinal, acabaram eliminadas para a Ferroviária, uma das equipes mais tradicionais da modalidade, que detém quatro títulos estatuais, e é uma das maiores campeãs nacionais, com duas conquistas. Encerrou o Paulista com a quarta melhor campanha geral, garantindo a equipe na segundona nacional de 2021.

Primeira participação, primeiro título

Jogadoras mostram orgulhosas a conquista do clube de Bragança Paulista –CBF/Divulgação

Uma das favoritas ao título desde o início, a expectativa foi confirmada na Série A-2. Com a melhor campanha na primeira fase, terminando com a liderança do grupo D, com 100% de aproveitamento, com 25 gols marcados e nenhum sofrido.

Nas oitavas de final, foi derrotado no primeiro jogo por 1 a 0 pelo JC, da Amazônia, mas reverteu a situação ao ganhar o jogo de volta por 4 a 0.

Pelo chaveamento, o Massa Bruta enfrentou o Athletico Paranaense, em um dos jogos mais esperados da competição. Perdeu o primeiro jogo por 4 a 2, mas reverteu mais uma vez a situação, ao ganhar a segunda partida por 2 a 0, chegando à semifinal.

Nesta fase, enfrentou mais uma equipe do Norte do Brasil, o adversário foi o ESMAC, do Pará. Paulistas e paraenses ficaram no empate por 1 a 1 no primeiro jogo e na decisão por uma vaga a final, o Massa Bruta se deu melhor, derrotando o Madre Celeste por 2 a 0.

Por fim, ao acesso a A1 de 2022 veio por meio dos pênaltis, ganhando por 4 a 2 do Atlético Mineiro após um empate por 0 a 0 no tempo regulamentar. Sobre a conquista deste título inédito em sua recente carreira como treinadora de uma equipe profissional. Camilla Orlando declarou: “Objetivo atingido! Somos campeãs! Não consigo descrever a felicidade e orgulho que estou sentindo das meninas. Elas são guerreiras. Nós merecíamos essa conquista. Trabalhamos duro todos os dias e a vitória veio. O título é nosso!”.

E ainda sobre o feito inédito, Camilla também comentou sobre a sua trajetória para chegar neste ponto em sua carreira como treinadora e também já projeta o ano de 2022, onde vai disputar o Brasileiro Feminino A-1, se tornando a sétima equipe paulista no torneio: “Creio que minha chegada no Red Bull Bragantino e agora com esse título, é um divisor de águas na minha carreira. Batalhei muito pra estar onde estou e conquistar tudo isso. Esse foi o meu primeiro trabalho profissional e não preciso nem dizer o quão marcado ele ficará em toda a minha vida. Só tenho a agradecer ao clube por toda confiança em meu trabalho e também às meninas, por acreditarem em mim. Que venha a A1!”.

Red Bull Bragantino venceu na disputa por pênaltis –CBF/Divulgação

Técnicas campeãs

O Campeonato Brasileiro Feminino A-2 já se tornou uma porta de entrada para a revelação de técnicas para o futebol brasileiro. Das cinco edições, apenas duas não contou com mulheres como comandantes das equipes. Em 2018, Singo Santos ganhou pelo Minas Brasília (DF) e Lucas Piccinato, que conquistou a competição em 2019 pelo São Paulo (SP).

Inclusive, a primeira técnica a ganhar um título a nível nacional saiu desta competição, trata-se da técnica Aline Costa, do Pinheirense, em 2017, ao derrotar a Portuguesa. Depois de dois anos sem técnicas campeãs na competição, Carine Bosetti voltou a repetir o feito em 2021, pelo campeonato válido por 2020, quando levou o Napoli, equipe do interior de Santa Catarina, a ganhar a competição, ganhando do Botafogo na decisão.

Por esta temporada, o Red Bull Bragantino voltou a garantir uma técnica campeã do torneio da segunda divisão nacional, com Camilla Orlando, que consegue fazer história ao se tornar a primeira técnica a ser campeã por duas categorias diferentes: em 2019, quando despontou para o cenário nacional, com as Gurias Coloradas, apelido do time feminino do Internacional, ganhou o Brasileiro Feminino sub-18.

Na história de competições nacionais, temos ao todo, seis técnicas campeãs, e vamos falar um pouco mais sobre abaixo

CATEGORIA ADULTA

BRASILEIRO FEMININO A-1
A comandante do Santos, quando em 2019 estava na Ferroviária, se tornou a primeira e até o momento a única técnica a ser campeã nacional na primeira divisão, ao derrotar o favorito Corinthians, nos pênaltis, por 4 a 2.

BRASILEIRO FEMININO A-2
2017: Aline Costa, campeã pelo Pinheirense, do Pará
2020: Carine Bossetti, campeã pelo Napoli, de Santa Catarina
2021: Camilla Orlando, campeã pelo Red Bull Bragantino, de São Paulo

CATEGORIAS DE BASE
Até o momento, temos duas técnicas que foram campeãs por competições de base, que foram recentemente criadas, em 2019, com o objetivo de evoluir e fomentar a modalidade, e justo no primeiro ano do sub-18, Camilla Orlando levanta a taça pelo Internacional e, este ano, a ex-jogadora Dani Alves faz história ao se tornar campeã pela primeira vez com um time de base feminino do Corinthians, que foi criado em 2019, do Brasileiro Feminino sub-16.

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