As primeiras aparições de Neto, o aniversariante do dia, em PLACAR

bailey aschimdt
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José Ferreira Neto, um dos maiores ídolos da história do Corinthians e do Guarani, completa 55 anos nesta quinta-feira, 9 de setembro. Ao longo de sua carreira como jogador profissional, iniciada no Guarani em 1983 e encerrada em 1999 no Deportivo Itália, da Venezuela, o hoje apresentador da Band foi protagonistas de incontáveis reportagens de PLACAR. Sempre cheio de personalidade, dentro e fora de campo, Neto foi apontado como uma estrela logo em sua estreia, na edição de setembro de 1983.

“Um craque de 16 anos”, foi a manchete da reportagem escrita pelo repórter Fábio Sormani, que acompanhara a campanha da seleção brasileira nos Jogos Pan-Americanos de Caracas, na qual o Brasil terminou com o vice, ao perder para o Uruguai. “Com a camisa amarela de número 14 da seleção brasileira de amadores, ele foi o terror das zagas adversárias, sempre trabalhando com o pé esquerdo, com seus rushes infernais, passes precisos e chutes certeiros”, escreveu Sormani.

A primeira aparição de Neto em PLACAR em reportagem de Flávio SormaniPLACAR/Reprodução

“Paulista de Santo Antônio de Posse, uma pequena cidade de 13.000 habitantes a 36 km de Campinas, Neto, ironicamente, começou a jogar no dente-de-leite na Ponte Preta, eterna rival do Guarani, em 1978”, apresentou a reportagem.  Na época, Pupu Gimenez, seu treinador no juvenil do Guarani, já reclamava de um dos defeitos de Neto: o de ajudar pouco na marcação. “Às vezes fica muito contemplativo em campo (…) Mas já está melhorando nisso e ficando cada vez mais combativo.”

O técnico da equipe principal, Enio Andrade, tinha as mesmas preocupações, e por isso não dava as chances que o jovem já achava merecer. O volante Éderson, no entanto, já fazia lobby pela entrada do garoto na equipe. “O Guarani está com a Serra Pelada nas mãos”, disse, citando a famosa mina de pedras preciosas paraense que dominava o noticiário brasileiro à época.

Em outra matéria da juventude, aos 19 anos, ainda no Bugre, Neto já começou a chamar atenção pelo porte físico incomum. “O Gordinho genial”, foi o título da matéria sobre o “robusto meia do Guarani”, em edição de dezembro de 1985, escrita por Ari Borges, que já destacava seu talento em bolas paradas.

“Em Campinas, a grama não nasce é de jeito nenhum é nas bandeirinhas de escanteio. O culpado por isso é o gordinho e brilhante meia Neto, 19 anos: todo dia, com exceção das vésperas dos jogos, ele encerra seus treinamentos ensaiando 60 cobranças de escanteio, hoje uma das mais mortais jogadas do Guarani”, dizia o texto. “Neto é fera, ele coloca a bola onde quer”, testemunhou o goleiro Gilmar Rinaldi, então no São Paulo, que acabara de sofrer um gol olímpico de Neto. Gilmar, anos depois, em 1991, levaria outro golaço antológico do camisa 10, de falta, no Maracanã, em um Corinthians x Flamengo.

Recentemente, o apresentador da Band compartilhou uma matéria da PLACAR, já como ídolo do Corinthians, que o comparava a Maradona. Na edição de 1986, porém, ele foi comparado a outra lenda de pé esquerdo marcante: Ferenc Puskás, o craque húngaro das décadas de 50 e 60, ídolo do Real Madrid. “Como o húngaro, Neto enfrenta problemas com a balança. Seus atuais 74 quilos parecem exagerados para seu corpo de 1.74 m. “É verdade, só agora com treinos especiais é que estou conseguindo acompanhar o ritmo dos companheiros”, admitiu. “Além de algo preguiçoso, Neto é irrequieto, falador e bagunceiro”, definiu o autor da matéria.

 

O camisa 10 realizaria o sonho citado na matéria, o de chegar à seleção brasileira adulta e teria uma carreira de respeito, especialmente por sua passagem no Corinthians, pelo qual brilhou na conquista do primeiro título brasileiro em 1990.

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