A relação entre a conta de luz, o 7 de Setembro e as ações da Petrobras

bailey aschimdt
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As ações da Petrobras despencaram 7,29% na semana entre os dias 30 de agosto e 3 de setembro. Os analistas dizem que o período foi marcado por uma série de acontecimentos negativos que culminaram no expressivo recuo da companhia na bolsa. Começou com presidente Jair Bolsonaro que afirmou no início da semana o seu desejo de “trabalhar o preço do combustível”. A influência política na estatal é sempre motivo que deixa o mercado estressado, sobretudo em época de inflação alta. “Quanto maior a inflação, quanto maior a bandeira vermelha na energia, maior é a possibilidade de interferência política nos combustíveis para equilibrar a conta”, avalia Larissa Quaresma, analista da Empiricus.

Além disso, os investidores estão olhando com desconfiança ao pedido de universalização do ICMS feito por Bolsonaro ao STF nesta sexta-feira, 3, assim como também temem pela manifestação de 7 de Setembro. “O mercado não consegue projetar o dia de amanhã. Uma nova tentativa de interferência nos combustíveis atrelada a uma manifestação temida até pela embaixada dos Estados Unidos é preocupante e estressa os investidores”, diz Gianlucca Montuori, sócio da Acqua-Vero Investimentos. Por último, ainda teve a reforma do imposto de renda aprovada na Câmara, que promete taxar a distribuição dos dividendos em 15%. A Petrobras, como se sabe, costuma distribuir quantias generosas aos seus acionistas. A última foi no início de agosto, quando anunciou dividendos de 31,6 bilhões de reais. Em outras palavras, vieram de vários lados os fatores que culminaram na queda das ações da companhia.

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