A derrota anunciada

bailey aschimdt
bailey aschimdt

Bolsonaro está jogando todas as suas fichas no 7 de setembro. Não se sabe direito o que pretende ou espera (ou mesmo se ele próprio sabe o que pretende ou espera), mas, seja o que for, as consequências para o presidente não serão boas.

1. Dado o esforço do bolsonarismo, espera-se uma manifestação “gigantesca”, e o próprio Bolsonaro cometeu o erro de anunciar o que isso significa: dois milhões de pessoas somente na Avenida Paulista (a maior manifestação que já houve ali foi o comício das Diretas em 1984, com 1 milhão de pessoas.). Qualquer coisa abaixo de “gigantesco” será uma demonstração de fraqueza.

2. Se for uma manifestação de fato “gigantesca” (mas pacífica), não terá cumprido mais do que a obrigação. Também não mudará um cenário de pandemia, crise fiscal, estagnação econômica, desemprego, inflação, seca, perspectiva de apagão energético. Problemas para os quais o presidente não tem sequer proposta de solução. Bolsonaro continuará perdendo popularidade.

3. Se houver violência, ainda que pouca, a pressão pelo impeachment crescerá.

4. Se houver muita violência e/ou invasão e depredação do prédio do Supremo ou do Congresso, o desgaste será brutal, e a pressão pelo impeachment pode se tornar irresistível.

Há gente equiparando a manifestação de 7 de setembro ao comício de João Goulart na Central do Brasil em 13 de março de 1964.

Depois do comício da Central, a queda de Jango se tornou inevitável.

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