Selo editorial do RS lança poetas negras da América Latina inéditas no Brasil

bailey aschimdt
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Obras terão edição bilíngue, e serão traduzidas pela poeta gaúcha Eliane Marques, além de Mariangela Ferreira Andrade e Katherine Castrillo. Todo o processo de publicação das obras é feito por mulheres. Poeta Eliane Marques com seu livro “O poço das marianas”, primeira obra da Orisun Oro.
Sabrina Gabana/Divulgação
O selo editorial Orisun Oro, fundado em Porto Alegre, publica pela primeira vez no Brasil três poetas negras da América Latina no dia 18 de setembro.
“Nos perguntamos: o que será que mulheres estão produzindo, escrevendo? Será que de fato compartilhamos uma história comum? Esta pergunta e esta resposta nos levou ao selo Orisun Oro, que é uma expressão em Orubá que significa fonte da palavra. Orisun, fonte, oro palavra. De fato, essas mulheres ameafricanas são a base a e própria produção desses textos”, conta Eliane Marques.
Aprovado no Edital Diversidade das Culturas, da Fundação Marcopolo, com recursos da Lei Aldir Blanc, o selo traduzirá e publicará “Cabeças de Ifé”, de Georgina Herrera (Cuba), “Conjuro da Guiné”, de Mayra Santos Febres (Porto Rico) e “Zambeze”, de Graciela Gonzalez Paz (Argentina).
As obras terão edição bilíngue, e serão traduzidas pela poeta gaúcha Eliane Marques, além de Mariangela Ferreira Andrade e Katherine Castrillo.
As três obras que serão lançadas em setembro.
Divulgação
“Os livros são bilíngues, todos eles, justamente para conhecer a voz direta da poeta que está falando e quebrar a barreira da língua portuguesa, que nos isola numa determinada medida, nesse tamanho continental do Brasil”, diz Michele Zgiet.
Todo o processo de publicação das obras será feito por mulheres, majoritariamente negras, desde a elaboração dos projetos, tradução, revisão, diagramação e publicação final. Nessa primeira etapa, 18 mulheres estiveram envolvidas.
“O projeto é todo feito para pensar os níveis de dignidade e reconhecimento que normalmente não acontecem, especialmente quando a gente pensa coletivamente em mulheres ameafricanas. Essa tiragem os livros vão ser vendidos. E depois dessa tiragem, nossa ideia é o selo continuar existindo e nós buscando outras poetas de outros países, para poder ampliar esse diálogo”, explica Michele.
As três autoras da primeira fase do projeto
Divulgação
Os livros terão tiragem de 300 exemplares de cada obra, que serão vendidos em livrarias e pelas redes sociais do projeto.
“A gente vai conversando [nas redes sociais] e criando esse aquilombamento, esse agrupamento de mulheres da cultura que se reconheçam não sozinhas. Esse traço é muito importante dentro do nosso projeto, um grande circulo onde nós colocamos os nossos desejos, as nossas angustias e coloca essa roda pra girar, transformando dentro e fora”, enfatiza Michele.
Michele Zgiet, umas das coordenadoras do projeto.
Arquivo pessoal
Além disso, como contrapartida social, será oferecida uma oficina online de tradução com o Clube das Tradutoras.
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