RS tem sete feminicídios a mais em julho do que no mesmo mês do ano passado

bailey aschimdt
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Julho de 2020 teve dois feminicídios, enquanto que, no mês passado, nove mulheres foram mortas por questão de gênero. Boletim da SSP mostra também que número de estupros caiu e de ameaças se manteve estável. Homem foi preso por violentar companheira em Alvorada em julho
Reprodução/RBS TV
Em julho de 2021, o Rio Grande do Sul teve sete mortes de mulheres por questão de gênero a mais do que no mesmo mês do ano passado. Em julho de 2020, só dois feminicídios foram registrados. A alta é de 350%.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do RS, entre as nove vítimas, apenas duas tinham registro de ocorrência anterior contra o agressor.
“Mais uma vez, isso demonstra a necessidade da vítima, da mulher, dos seus amigos, familiares e até vizinhos levarem ao conhecimento da autoridade policial essas agressões”, destaca o secretário e vice-governador Ranolfo Vieira Júnior.
Em Sapiranga, na Região Metropolitana de Porto Alegre, uma mulher de 41 anos foi morta na madrugada do dia 2 de julho. O companheiro dela foi preso em flagrante pela Brigada Militar. Conforme o delegado Fernando Branco, a causa da morte foi “esganadura”.
Em Alvorada, uma mulher simulou uma dor abdominal para poder ir até um hospital relatar que estava sendo mantida em cárcere privado pelo companheiro. Isso aconteceu no dia 4 de julho. O homem foi preso.
Já em Dom Pedrito, na Região da Campanha, a Polícia Civil e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) prenderam em flagrante, na noite de 12 de julho, um homem de 21 anos por tentativa de feminicídio contra a companheira de 22. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Guilherme Fagundes Nunes, o suspeito se irritou depois que a mulher quebrou o celular que era compartilhado pelo casal e acabou acertando dois disparos no joelho dela.
Reduções em outros crimes
Casos de lesões corporais tiveram aumento. Foram 1.165 casos em julho de 2020 contra 1.305 no mês passado (12%).
Para tentar conter esse aumento, as forças de segurança trabalham na intensificação de ações repressivas e de novas medidas de prevenção. A Polícia Civil, por exemplo, fez no dia 6 de agosto a segunda fase da Operação Margaridas, com ações de combate à violência contra a mulher em diferentes regiões.
Foram cumpridos 51 mandados de prisão, 82 mandados de busca e apreensão em 163 cidades, além da verificação de 273 denúncias de violência.
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Apesar da alta nos femincídios, os demais indicadores de violência contra a mulher apresentaram queda ou estagnação em julho. As ameaças, por exemplo, tiveram uma leve redução de 2.422 no ano passado para 2.407 em julho deste ano (0,6%).
Os estupros caíram. Foram de 146 para 117, uma redução de quase 20%.
Entre as tentativas de feminicídio, a diminuição foi de 21 para 19, em torno de 9%.
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