Porto Alegre confirma 2 casos de Covid após evento-teste; governo do RS estuda dados para decidir sobre reabertura de atividades

bailey aschimdt
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Prefeitura considera que índice de 1,28% de contaminados é baixo e não foi afetado pela festa. Outras 12 pessoas com teste positivo em dias anteriores ao evento foram impedidas de comparecer. Teste negativo para Covid foi exigência para o ingresso em evento-teste em Porto Alegre
César Lopes/PMPA/Divulgação
O relatório da Vigilância em Saúde da Prefeitura de Porto Alegre aponta que, das 156 pessoas testadas após o evento-teste do último domingo (25), na Casa NTX, duas apresentaram resultado positivo. O índice de casos positivos (1,28%) é semelhante ao da testagem anterior à festa (1,29%) e, na avaliação da Secretaria Municipal de Saúde, o evento não contribuiu com o aumento no número de casos.
“Não houve uma explosão de casos pós-festa. A testagem pré retirou um bom número de positivos. Se traçarmos um paralelo com o controle sanitário feito por duas semanas no Aeroporto Salgado Filho, em que aproximadamente 1% dos testados eram positivos, parece que é um número bem presente atualmente na população”, afirma o diretor Fernando Ritter.
Para entrar na festa com 600 convidados era necessário apresentar teste negativo para a Covid-19. Conforme a Vigilância, foram realizados 925 exames, entre participantes, organizadores e trabalhadores, nos dois dias anteriores ao evento.
Desses, 12 tiveram resultado positivo e foram impedidos de ingressar no local. “Quem teve ingresso, ele foi cancelado e não pôde entrar”, explica Ritter.
A circulação no ambiente não estava condicionada ao uso de máscaras pelos convidados, mas outras medidas foram exigidas, como estações de álcool em gel, bebidas individuais e sem oferta de alimentação.
“Não é igual ao que tínhamos antes da pandemia em hipótese alguma. É a gente trabalhar com redução de danos. A gente coloca que a área de alimentação seja apartada da área onde as pessoas estão bebendo, dançando, confraternizando, porque está eliminando saliva e aumenta a chance de contaminação”, esclarece.
De acordo com Ritter, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) programou a testagem de 200 pessoas após o evento para comparar a amostragem. Porém, a maioria dos 577 participantes não compareceu e, portanto, o cálculo foi feito com base nos 156 testes.
“Essas duas que deram positivo estão sendo monitoradas e a gente está comunicando que as pessoas que tiveram contato mais próximo com essas para acompanhar se vai evoluir para contaminação ou não. Estamos fazendo orientações ao organizador do evento para que liguem se apresentarem sintomas e passar aos demais”, aponta o diretor.
Reabertura ampla é estudada
O resultado, segundo ele, reafirma a convicção da prefeitura no plano de reabertura ao público e retomada de grandes eventos, como shows e festas, com a testagem prévia e demais protocolos de higiene.
No entanto, o governo do estado ainda deve avaliar os dados para definir calendário e protocolos de flexibilização das atividades. Na tarde desta sexta (30), o gabinete de crise ainda não havia se manifestado sobre o relatório do Executivo municipal.
Em reunião na Câmara Municipal, nesta quinta (29), o coordenador do gabinete, Marcelo Alves, afirmou aos vereadores da Capital que o entendimento do governo é que o setor cultural precisa de uma retomada sustentável, já que foi um dos mais afetados pelas restrições necessárias para o enfrentamento da pandemia, mas que, para isso, deve obedecer a protocolos rígidos para que a reabertura não impacte no aumento de novos casos de coronavírus.
“Estamos observando que a vacina funciona, mas não podemos permitir uma liberação desordenada sob risco de criarmos novas variantes do coronavírus. Queremos fazer essa flexibilização, mas com todas as medidas sanitárias e em um movimento sem ida e vinda. Portanto, vamos esperar o momento certo, depois da análise do resultado desse primeiro evento-teste. A liberação vai ocorrer, mas ainda precisamos discutir como será feita”, diz Alves.
Os resultados, pondera Ritter, são baseados em um evento específico. Ele observa que não quer dizer que o número de contaminados não seja maior, nem tampouco que as pessoas com resultado positivo não tenham se infectado em outro local.
A festa serviu como teste para avaliar as medidas em eventos desta natureza. Para a abertura de outros locais com configurações diferentes serão elaborados planos regionais com protocolos adequados, entre os quais a testagem e o uso de máscaras, na opinião dele, são essenciais.
“Estamos falando aqui de eventos que têm, principalmente, dança, festas, baladas. O comportamento é um pouco diferente. Nos nossos protocolos, a gente está recomendando o uso de máscaras pelos convidados e uso obrigatório pelos trabalhadores. Não tem como garantir, mas o ideal seria que todos estivessem usando. Ainda tem que tomar os cuidados, mas a testagem, na minha opinião, foi fundamental”, avalia o diretor.
A proposta da prefeitura da Capital compreende também os demais municípios da Região Covid 10 — Cachoeirinha, Alvorada, Gravataí, Viamão e Glorinha — do sistema de monitoramento do governo gaúcho.
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