Fernanda e Ana Luiza chegam à final da classe 470 da vela com chances de medalha em Tóquio: ‘Cereja do bolo’

bailey aschimdt
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Dupla de Porto Alegre está em 5º lugar e ainda pode conquistar o bronze nos Jogos Olímpicos. Prova começa às 3h33 (horário de Brasília) desta quarta (4). Torcedoras do Internacional, brasileiras batizaram o barco de “Colorado”. Fernanda e Ana disputam a Olimpíada de Tóquio na classe 470
World Sailing/Divulgação
A dupla Fernanda Oliveira e Ana Luiza Barbachan disputa a medal race da classe 470 da vela, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, a partir das 3h33 (horário de Brasília) desta quarta-feira (4).
Elas entram na prova, considerada a final da competição, com chances de conquistar a medalha de bronze. Uma vitória em um ciclo olímpico atípico mesmo para quem tem décadas de experiência em Olimpíadas.
“Só de estar na medal race já é uma conquista. Claro que a cereja do bolo é a medalha. Se tudo alinhar, maravilhoso”, diz Diogo Horn, marido de Fernanda.
Medalhista de bronze em Pequim, em 2008, a gaúcha de Porto Alegre disputou seis Olimpíadas. As três últimas com Ana.
Estar na fase decisiva não é novidade para ela. Mas, aos 40 anos e em meio a uma pandemia, toda superação, para ela, é uma conquista.
“Foi uma Olimpíada diferente, com treinamento mais limitado, várias competições canceladas. No caso dela, que tem dois filhos, divide o foco. Mas, ao mesmo tempo, tem a experiência toda de 21 anos em Jogos Olímpicos que permite ter uma cabeça boa”, comenta Diogo.
Ana Luiza, que também nasceu na Capital, fará 32 anos no dia 15. Os últimos 13 anos foram compondo o time com Fernanda. A irmã, Manuela Barbachan, acredita que a afinidade entre as velejadoras possa ser um trunfo na disputa.
“Todas as vezes que conversei com ela, me pareceu muito tranquila, ela e a Fernanda. A gente sabe que esta campanha olímpica não foi fácil para ninguém, mas elas têm muita sintonia e compõem uma dupla que tem muita confiança no trabalho uma da outra”, afirma.
Como será a prova
Fernanda e Ana terminaram a fase classificatória em 5º lugar. Em 10 regatas, elas venceram duas, ficaram em posições retardatárias em outras, e terminaram a etapa com 77 pontos.
Não é possível alcançar as duplas da Grã-Bretanha e da França pela prata ou ouro. Porém, caso terminem à frente das competidoras da Polônia e da Eslovênia, podem alcançar o bronze.
E mesmo que terminem em 5º, será uma posição melhor do que o 6º lugar em Londres, em 2012, e o 8º no Rio, em 2016.
Manuela diz que não conversa com a irmã desde a 9ª e 10ª regatas, mas está confiante.
“A expectativa é muito boa, o sentimento é muito bom pelo simples fato de estarem indo para a medal race com possibilidade de medalha. Já considero uma vitória. O nervosismo começa a bater. É torcer para que consigam executar tudo que sabem e que a condição [climática] esteja favorável a elas”, diz.
Ana Barbachan e Fernanda Oliveira
Lucas Bubols/GE.Globo
Colorado
A classe 470 leva este nome devido ao comprimento, em centímetros, da embarcação. E é comum que os velejadores deem nomes ao equipamento como se todos fosse parte de um conjunto.
No caso da dupla feminina do Brasil, é o Colorado, homenagem ao Internacional, clube para o qual as duas torcem.
“É o único colorado que torço”, brinca Diogo, gremista.
Fernanda Oliveira se despedindo da família no aeroporto antes de embarcar para Tóquio
Arquivo Pessoal
Família
Após a competição, o foco de Fernanda deve ser ficar mais tempo com a família. Talvez brincando com o filho Arthur, de quatro anos, ou sendo treinadora da filha Roberta, de sete, que já veleja com seu Optimist e acompanha as regatas da mãe pelo computador.
“A Fernanda, com 11 anos, começou nele e foi campeã europeia. A Roberta ganhou quando fez cinco. Vai no Jangadeiros [clube de Porto Alegre], velejam juntas. E geralmente, quando tem a largada, alguns vão para o bordo direito e outros para o esquerdo. Às vezes ela [Roberta] questiona: ‘Por que a mamãe foi para esse lado?’. Alguma noção já tem”, diz o pai.
Velejadora Fernanda Oliveira e a filha Roberta, de sete anos, no barco da menina
Arquivo Pessoal
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