Porto Alegre será uma das cidades a receber pesquisa do MEC para definir política de alfabetização de crianças

bailey aschimdt
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Ministério entende que a alfabetização está completa quando o aluno domina a escrita, a leitura de palavras e frases e a produção de textos.

O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anunciaram nesta quarta-feira (22) uma pesquisa com professores das redes municipais para definir quais serão as diretrizes para estabelecer uma política nacional de alfabetização de crianças. Porto Alegre será uma das cidades onde se concentrarão as aplicações.

O ministro da Educação, Camilo Santana, quer que o Brasil tenha um padrão para alfabetizar crianças na idade certa, até o fim do segundo ano do ensino fundamental.

— A partir de experiências já exitosas em vários estados e municípios do Brasil, teremos uma grande política de alfabetização na idade certa de nossas crianças. Estamos construindo essa política ouvindo todos os setores educacionais desse país. Vai ser construída com os municípios e estados. Isso porque qualquer política pública precisa ser fortalecida no regime de colaboração. O MEC tem a responsabilidade de coordenar esse processo.

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A pesquisa será aplicada entre 15 e 23 de abril e contará com 341 professores alfabetizadores de todas as capitais e 291 municípios populosos. As aplicações da pesquisa estarão concentradas em cinco capitais-sede, entre as quais está a capital gaúcha. As demais cidades são Belém (PA), Recife (PE), Brasília (DF) e São Paulo (SP).

Critérios
Para definir o que vai ser avaliado na alfabetização dos alunos, o MEC se orientou pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que determina as normas e currículos pedagógicos para as redes de ensino públicas e privadas no que diz respeito à educação infantil e ensinos fundamental e médio no Brasil.

O MEC entende que a alfabetização está completa quando o aluno domina os três eixos: a escrita, a leitura de palavras e frases e a produção de textos.O MEC entende que a alfabetização está completa quando o aluno domina os três eixos: a escrita, a leitura de palavras e frases e a produção de textos. Esta pesquisa analisará como são desenvolvidas com autonomia 10 habilidades destes três eixos, conforme parâmetros avaliados no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), nas edições de 2019 e 2021.

Para serem considerados alfabetizados, os alunos do 2º ano, com idade média de 7 e 8 anos, deverão, por exemplo:

Conhecer o alfabeto e dominar convenções gráficas, como letras maiúsculas e minúsculas e cursiva (letras em escrita continua);
Compreensão da escrita;
Saber ler, reconhecendo globalmente as palavras. Leitura de frases e localização de informações explícitas em textos;
Compreender porções maiores de texto;
Ter fluência e rapidez de leitura;
Ter domínio de grafemas e fonemas, relacionando elementos sonoros de uma palavra com a representação escrita dela;
Escrever um texto.
Pontuação
As habilidades medidas terão oito níveis de pontuação, sendo o nível um o mais básico (com desempenho de 650 a 675 pontos) e o oitavo, o mais alto da escala (desempenho igual ou maior que 825 pontos). O Inep acrescentou ainda o nível abaixo de um, quando os estudantes demonstram probabilidade menor que 65% de dominar as habilidades testadas alfabetização.

A coordenadora-geral do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica do Inep, Clara Alarcão, que coordenada a pesquisa Alfabetiza Brasil, destaca a importância desta análise da educação, sobretudo no contexto da pandemia do covid-19.

— Neste momento crítico para educação brasileira, o monitoramento da alfabetização na idade certa se faz indispensável. É fundamental definir, com parâmetros claros, quem é a criança alfabetizada, o que ela é capaz de fazer, que habilidades caracterizam essa criança como alfabetizada, para que a gente possa estabelecer diretrizes de uma política nacional de alfabetização de todas as crianças.

Para participar do estudo, os professores alfabetizadores precisam atender aos seguintes critérios: ter graduação em pedagogia, experiência docente mínima de cinco anos em turmas de alfabetização, atuação em turma de 2º ano do ensino fundamental no ano letivo de 2023 e ser reconhecido pela comunidade escolar pela qualidade do trabalho desenvolvido como alfabetizador.

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