Tesouro Direto: prêmios dos títulos públicos sobem nesta 6ª; prefixados pagam 10,7% ao ano

bailey aschimdt
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Percentual, juros, taxas e Selic

SÃO PAULO – Com o olhar atento às discussões em torno da reforma do Imposto de Renda e os impactos fiscais e políticos gerados por ela, além de dados piores de emprego vindos dos Estados Unidos, o mercado de títulos públicos negociados pela plataforma do Tesouro Direto segue em alta na manhã desta sexta-feira (03).

Na primeira atualização da manhã, o destaque estava nos prêmios oferecidos pelos papéis prefixados, que continuaram a avançar até seis pontos base, o que demonstra certa perda de força em relação a sessão de quinta-feira.

O juro pago pelo título com vencimento em 2031, por exemplo, subia de 10,64%, na sessão anterior, para 10,69%, no começo da manhã. No mesmo horário, o prêmio do título prefixado com vencimento em 2026 era de 10,07%, contra 10,03% na tarde de quinta-feira.

Entre os papéis atrelados à inflação, o juro real oferecido pelo Tesouro IPCA+ com vencimento em 2055 e pagamento de juros semestrais era de 4,83%, em linha com o percentual visto na sessão anterior, que foi de 4,82%.  Da mesma forma, o juro real do papel com vencimento em 2030 e 2045 era de 4,67%, acima dos 4,62% vistos um dia antes.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto oferecidas na manhã desta sexta-feira (03):

Taxas Tesouro Direto
Fonte: Tesouro Direto

Radar local

As atenções também estão voltadas para as falas de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, que participa do “Estadão Finanças Mais 2021”, às 9h, e de Paulo Guedes, ministro da Economia, que discursa em outro evento às 18h.

Hoje pela manhã, Campos Neto disse que a leitura da autoridade monetária a respeito da crise hídrica é que ela envolve mais um tema de preço e seu impacto sobre a inflação do que de racionamento. Por isso, Campos Neto reforçou que o BC tem olhado esse movimento de perto e seguirá acompanhando-o “no detalhe”.

Já na cena política, o mercado segue atento aos desdobramentos da reforma do Imposto de Renda e ao destaque aprovado ontem que reduziu a alíquota de tributação que incidirá sobre a distribuição de lucros e dividendos. O texto votado na quarta-feira (01) previa incidência de 20% de IR nesses casos. Com a modificação, serão cobrados apenas 15%.

O texto aprovado também traz mudanças em fundos de investimentos, negociações em bolsa, além de alterações na tabela reajustada e no desconto simplificado. Saiba mais aqui.

Em live feita na véspera, Jennie Li, estrategista da XP, afirmou que os mercados ficaram preocupados com o texto-base aprovado da reforma do Imposto de Renda, principalmente por causa da extinção dos Juros Sobre o Capital Próprio (JCP) e da tributação de dividendos. “O JCP é considerado uma despesa financeira, então diminui o lucro tributável e, consequentemente, o quanto a empresa paga de imposto.”

Já ao comentar sobre os dividendos, a estrategista da XP disse que com a alíquota de 15% de imposto sobre a distribuição de dividendos as empresas serão estimuladas a reter mais lucros para investir na própria operação, em vez de distribuir esse capital aos acionistas.

Investidores também acompanham de perto desdobramentos sobre a fala do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em relação ao ICMS dos combustíveis. Nesta quinta-feira (02), o presidente disse que apresentará uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) alegando que governadores estão descumprindo emenda constitucional na cobrança do tributo estadual.

Diante do aumento do preço dos combustíveis, o presidente afirma ter congelado o imposto federal sobre o insumo e tem transferido aos governadores a responsabilidade pelo preço final nas bombas. “No tocante aos governadores, que deveriam seguir a Emenda Constitucional 33 de 2001, toda vez que aumenta um pouquinho o combustível, eles aumentam na ponta da linha. Esse aumento quase que é o dobro daquilo que se registra lá na origem”, argumentou.

Cena internacional

Já na cena externa, o grande destaque do noticiário econômico está nos dados de emprego dos Estados Unidos. De acordo com o Relatório de Emprego (payroll), foram criados 235 mil empregos em agosto. Os números foram apresentados nesta sexta-feira (3) pelo Departamento de Trabalho americano.

O resultado foi bem abaixo do esperado. A mediana da pesquisa da Refinitiv com economistas projetava criação de 750 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, após criação de 943 mil empregos em julho. As projeções, contudo, variavam muito, de 375 mil a 1,027 milhão.

Já a taxa de desemprego caiu 0,2 ponto percentual, de 5,4% para 5,2%, em linha com o esperado pelo mercado.

O payroll era bastante aguardado por investidores, principalmente após a fala de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, que é o banco central americano, no simpósio anual de Jackson Hole no fim de agosto, uma vez que o início do tapering (redução do programa de compra de títulos pela autoridade monetária) estaria condicionado aos números do mercado de trabalho.

Na Ásia, a atenção do mercado está nos dados do Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) composto da China divulgado nesta sexta-feira. Segundo estudo da IHS Markit em parceria com a Caixin Media, o indicador recuou de 53,1 pontos em julho para 47,2 pontos em agosto. É a primeira vez em 16 meses que o índice aponta para retração – valores abaixo de 50 indicam contração da atividade.

O PMI de serviços, divulgado no mesmo levantamento, caiu de 54,9 pontos em julho para 46,7 pontos em agosto. Também foi a primeira vez desde abril do ano passado que a atividade medida pelo indicador apontou para contração.

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