Focos de incêndio na Amazônia em agosto continuam em níveis preocupantes

bailey aschimdt
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Dados compilados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e divulgados pelo World Wild Fund-Brasil (WWF-Brasil) mostram que a ação do fogo ainda é preocupante em regiões do país como a Amazônia , o Cerrado e o Pantanal. Isso se deve, segundo a organização não governamental, ao desmonte das políticas ambientais promovido pelo atual governo, que favoreceu também o desmatamento.

De 1º a 31 de agosto, foram registrados 28.060 focos de incêndios na Amazônia. No mesmo mês em 2019 e 2020, quando foram observados recordes de queimadas, há menos fogo na região. Mas os números são muito mais altos no último triênio do que no mesmo período entre 2011 e 2018.

No Cerrado, o bioma apresentou 15.043 focos de incêndio em agosto, diante de 10.115 no mesmo mês em 2020. Os valores deste ano estão acima da média histórica de 3 e de 10 anos. É um cenário preocupante que acompanha a tendência de aumento da área sob alertas de desmatamento: só nos primeiros 19 dias de agosto, uma área de 286 quilômetros quadrados foi destruída no bioma – no mesmo período em 2020, foram 75 quilômetros quadrados.

Já o Pantanal se mantém na média histórica de 10 anos: apresentou 1.505 focos de queimadas no mês. No entanto, focos recentes nas regiões de Porto Murtinho, Corumbá e Poconé, já castigadas pelos incêndios de 2020 e a seca histórica na região, preocupam. Desde 1985, o bioma perdeu 74% de superfície de água, segundo o Mapbiomas.

A reversão desse cenário passa por medidas mais sérias de controle do desmatamento em todos os biomas, especialmente na Amazônia, já que fogo e queimadas estão conectados na região. “Não dá mais, o fogo veio para ficar”, disse à VEJA Mariana Napolitano, gerente de Ciências do WWF-Brasil. “A gente precisa trabalhar a questão das queimadas o ano inteiro. Para que não passe agosto, setembro e outubro combatendo fogo intenso. Tem que fazer parte da gestão permanente.”

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