Apoiadores de Bolsonaro mostram descaso em relação à pandemia

bailey aschimdt
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A aglomeração era intensa nas esquinas da rua Xavier da Silveira e avenida Atlântica, em Coprracabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, no final da manhã desta terça-feira, 7 , e ao longo do trecho entre os Postos 4 e 5, na orla da praia. Com passagens quase intransponíveis devido à quantidade de pessoas nas ruas e calçadas, a maior parte dos manifestantes não usava máscara em meio à pandemia do coronavírus – a maior crise sanitária do planeta do último século. Sob sol e calor de muita gente reunida, jovens, adultos e idosos não usavam o acessório – uma das principais recomendações das autoridades de saúde para o combate à doença – e não demonstravam se importar com a multidão que infringia as normas estabelecidas para a contenção da Covid-19. Cenas semelhantes se repetiram em outros atos favoráveis ao presidente, como em Brasília e São Paulo.

Os atos antidemocráticos, endossados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acontecem em todo o país hoje. As principais reivindicações versam sobre o impeachment dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o apelo por golpe das Forças Armadas, o voto impresso e o fim do “comunismo” no país. Discursos religiosos permeiam as falas dos 12 carros de som espalhadas pela orla no Rio.

Segundo os dados da Prefeitura do Rio, 53,5% da população da cidade está completamente vacinada com duas doses ou com dose única. Questionada por VEJA sobre a manifestação e se haveria sanções aos organizadores, a Secretaria Municipal de Saúde disse que iria encaminhar os questionamentos à Secretaria de Ordem Pública. Na resposta, a pasta não abordou sobre os questionamentos sobre a pandemia e as medidas sanitárias. “Equipes Guarda Municipal atuam em conjunto com os agentes da CET-Rio para orientar motoristas e pedestres e minimizar possíveis transtornos na mobilidade da cidade”.

Já a Polícia Militar foi procurada e perguntada se havia algum protocolo para abordagem de pessoas sem máscara, mas a corporação ainda não retornou às questões.

Por volta das 13h, parte dos manifestantes já deixava a orla para almoçar nos restaurantes dos arredores.

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