Tesouro Direto: taxas dos títulos públicos avançam nesta 5ª feira; prefixados voltam a pagar até 10,6% ao ano

bailey aschimdt
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Hands holding Brazilian real notes - Money from Brazil - Notes of Real - Brazil BRL banknote

SÃO PAULO – A quinta-feira (02) começa agitada no cenário local, com a repercussão pelo mercado da aprovação do texto-base da reforma do Imposto de Renda, além da rejeição do texto da minirreforma trabalhista e com dados da produção industrial de julho abaixo do esperado.

No mercado de títulos públicos negociados pela plataforma do Tesouro Direto, os papéis abriram os negócios com alta das taxas, com destaque para os prêmios dos prefixados, que avançavam até 11 pontos percentuais.

O juro pago pelo título com vencimento em 2031, por exemplo, era de 10,61% ao ano no início das operações, contra 10,50% na tarde de ontem. No mesmo horário, o prêmio do título prefixado com vencimento em 2026 avançava de 9,91% para 9,99% ao ano.

Entre os papéis atrelados à inflação, o juro real oferecido pelo Tesouro IPCA+ com vencimento em 2055 e pagamento de juros semestrais era de 4,86%, acima dos 4,81% vistos um dia antes. Da mesma forma, o juro do papel com vencimento em 2040 avançava de 4,73% para 4,78% na manhã desta quinta-feira.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto oferecidas na manhã desta quinta-feira (02):

Taxa Tesouro Direto
Fonte: Tesouro Direto

Produção industrial e horário de verão

Dentro da agenda econômica, investidores repercutem os dados de produção industrial de julho apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a instituição, a produção recuou 1,3% em julho na comparação com o mês anterior. Na comparação anual, a alta foi de 1,2%.

Os dados ficaram piores do que o esperado. A expectativa de analistas ouvidos pela Refinitiv era de queda de 0,5% na comparação mensal e de alta de 1,8%, na base anual.

O IBGE também informou que revisou o dado de junho para queda de 0,2%, ante estabilidade divulgada previamente. Com o resultado, a indústria acumula crescimento de 11% no ano e de 7%, em 12 meses.

O mercado ainda acompanha de perto a piora da crise hídrica. Nesta quarta-feira (01), associações dos setores de alimentação, turismo e comércio enviaram um novo pedido ao presidente Jair Bolsonaro pela volta do horário de verão.

No documento enviado, as entidades argumentam que qualquer economia de energia seria relevante diante da gravidade da crise hídrica que o país enfrenta. Também alegam que a adoção do mecanismo pode beneficiar os setores que representam.

Reforma do Imposto de Renda e trabalhista

Na cena política, o foco está na aprovação do texto-base do projeto de lei que modifica a cobrança do Imposto de Renda para pessoas físicas, empresas e sobre investimentos e dispõe sobre a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

O texto aprovado pela Câmara dos Deputados é o substitutivo feito pelo relator e deputado Celso Sabino (PSDB-PA), que fez modificações relevantes na versão original encaminhada pelo governo federal em junho. Foram 398 votos favoráveis ao parecer e 77 contrários.

Entre as principais mudanças propostas no texto está a taxação em 20% de lucros e dividendos distribuídos pelas empresas a pessoas físicas ou jurídicas. Fundos de ações ficaram de fora.

O projeto ainda prevê o fim do Juros sobre Capital Próprio (JCP). Já o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) será reduzido de 15% para 8%. Na versão anterior, a redução levava o tributo para 6,5%. A faixa de isenção do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF) também vai sofrer alterações e aumentará de R$ 1,8 mil para R$ 2,5 mil, com correção das demais faixas.

A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) diminuirá 0,5 ponto percentual em duas etapas, condicionadas à redução de deduções tributárias que aumentarão a arrecadação. Após o fim das deduções, o total será de um ponto percentual a menos, passando de 9% para 8% no caso geral.

A aprovação do projeto representa uma vitória de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, que insistiu em discutir o assunto e trabalhou para superar as resistências ao texto. Os parlamentares analisam nesta quinta-feira (2) os destaques de bancada, que podem modificar a versão aprovada. Concluída essa etapa, o projeto de lei segue para o Senado Federal.

Destaque também para a rejeição da proposta de “minirreforma” trabalhista pelo Senado. O texto previa a criação de novos regimes de contratação para jovens, além de um programa para contratação sem direito a benefícios, como férias, 13º salário e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Com a rejeição, o governo não poderá editar medida provisória com o mesmo teor neste ano. O texto original da MP editado pelo Executivo previa a possibilidade de redução proporcional de jornada de trabalho e de salários e a suspensão temporária do contrato de trabalho.

Cena internacional

A manhã também é de maior cautela nas bolsas mundiais. Nesta quinta-feira, o mercado acompanha com atenção a divulgação de pedidos de auxílio desemprego nos EUA, que ficaram em 340 mil na semana encerrada em 28 de agosto, levemente abaixo da previsão dos analistas consultados pela Refinitiv, que apontava para 345 mil pedidos.

O dado antecede a divulgação do relatório de emprego nos EUA, o payroll, nesta sexta-feira (03), que pode trazer mais pistas sobre a política monetária do Federal Reserve, o banco central americano. Declarações recentes de autoridades do Fed indicam a redução do ritmo de compras mensais de títulos, contanto que o crescimento do emprego continue em ritmo forte.

Na Europa, a inflação na zona do euro medida pelo Índice de Preços ao Produtor avançou 12,1% em julho na comparação anual, frente à projeção de 11% dos analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal, e ao patamar anterior, de 10,2%. Na comparação mensal, o índice avançou 2,3%, frente à projeção de 1,1% e ao patamar anterior, de 1,4%.

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