Eleições 2020: candidatos a prefeituras da Região Sul falam sobre propostas para a Mobilidade Urbana

bailey aschimdt
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Candidatos de Bagé, Pelotas e Rio Grande responderam à pergunta: ‘Qual o seu plano de governo sobre o tema Mobilidade Urbana?’ Veja as respostas. O tema Mobilidade Urbana foi apontado, em pesquisa feita pela RBS TV, em cidades do Rio Grande do Sul, como uma das áreas mais sensíveis à população.
Em Bagé, Pelotas e Rio Grande, na Região Sul do estado, uma equipe de reportagem acompanhou a agenda dos candidatos a prefeito e perguntou a todos eles: “Qual o seu plano de governo sobre o tema Mobilidade Urbana?”
Veja a resposta dos candidatos, em ordem alfabética do nome que aparece na urna.
Bagé
Beto Alágia (Podemos)
“Bagé tem 70 mil veículos circulando. Então, é preciso ser revisto. Temos que cuidar profundamente do estado das ruas, que são muitos esburacadas, o que dificulta o investimento das empresas de transporte coletivo em novos carros, porque rapidamente eles envelhecem e vão se desgastando. Em função disso, algumas avenidas — como a Espanha — precisam ser revistas imediatamente. Houve um aumento muito expressivo da população daquela região com a inauguração de alguns residenciais. Então, nós precisamos rever e é fundamental uma discussão com profundidade.”
Divaldo Lara (PTB)
“Nesses menos de quatro anos, fizemos muito asfalto na cidade de Bagé e queremos continuar asfaltando a cidade. O asfalto é o desenvolvimento e o progresso para o nosso município. Bagé merece isso: bairros e o Centro asfaltado. Por isso, continuaremos assim, construindo asfalto, realizando acessibilidade através de calçadas como os 47 km que já realizamos e querer dobrar isso na próxima legislatura. Construímos abrigos de ônibus e muitos feitos foram feitos em pouco tempo, queremos continuar assim.”
Elenara Ianzer (PDT)
“O trânsito em Bagé realmente é muito complicado, chega a ser caótico. O transporte coletivo tem duas situações: uma é a superlotação, principalmente agora neste período de pandemia, e também a questão dos horários de trânsito. O PDT, que é meu partido, pretende, junto aos profissionais da área, realizar um estudo profundo sobre a mobilidade urbana. Lembrando que a mobilidade urbana se refere à qualidade a garantia do ir e vir das pessoas.”
Fernando Vieira (PSOL)
“A gente tem duas medidas em relação ao transporte. Primeiramente, vamos criar uma empresa pública de transportes que vai concorrer com as empresas privadas que estão no município. A segunda medida é a fiscalização dos contratos entre empresas de transportes e a prefeitura. Dessa forma, a gente procura diminuir o preço das passagens — porque considerando o tamanho do nosso município e o valor que se paga as passagens, é realmente um absurdo. E a gente quer acabar com isso para que todo mundo possa, realmente, utilizar a cidade.”
Mainardi (PT)
“Precisamos de fortes investimentos na aquisição de máquinas para, toda vez que chover, a gente patrolar e manter as ruas conservadas. Já que temos uma usina de asfalto adquirida no governo passado, precisamos fazer um grande programa de asfaltamento nos nossos bairros. Isso é prioridade para gente. Nós faremos muito asfalto e a conservação das ruas.”
Manoel Machado (PSL)
“Vamos trabalhar em cima de um plano diretor de transporte e mobilidade urbana que existe na cidade. E, para isso, nós queremos contratar a equipe que fez isso, de Porto Alegre, para dar treinamento para nosso pessoal de como desenvolver melhor esse trabalho. Um dos assuntos, sem dúvida alguma, é o transporte público. Precisamos melhorar a frota de ônibus, [torná-los] mais modernos. Também melhorar o tráfego da nossa cidade, que está dentro da realidade desse plano.”
Uilson Moraes (Solidariedade)
“Em nosso governo, nós iremos municipalizar o transporte público em Bagé. Queremos dar ônibus de qualidade, todos os veículos com ar condicionado e acesso às pessoas com deficiência. Nós iremos fazer com que as pessoas prefiram andar no transporte público. Porque a prefeitura, ela não visa lucro. Então, nós vamos conseguir baixar a passagem drasticamente. Temos tantas outras medidas que, junto da nossa equipe técnica, iremos fazer com que Bagé se desenvolva na questão da mobilidade urbana.”
Pelotas
Coronel Napoleão (PRTB)
“Nós entendemos que a mobilidade urbana tem dois aspectos. O aspecto individual é aumentar a rede de ciclovias para estimular que as pessoas venham para o centro de bicicleta e a pé, que são transportes mais baratos. Já a questão coletiva é resolver o problema de trânsito interno. Construir um viaduto que vai ligar a Avenida Francisco Caruccio, no Fragata, e resolver o problema do cruzamento da Fernando Osório com a Salgado Filho. Temos que aumentar a qualidade do transporte coletivo para estimular que essas pessoas venham de ônibus e dar uma olhada no trânsito do Laranjal para o centro da cidade.”
Dan Barbier (PDT)
“Pelotas está há 16 anos sem planejamento para mobilidade urbana. Ela cresceu, e cresceu de forma desorganizada. Precisamos organizar essa bagunça, precisamos fazer com que as pessoas possam se deslocar de bairro a bairro, com um transporte público acessível, barato, confortável e ágil. Nós precisamos ter ciclorrotas na cidade, precisamos que as pessoas possam se encontrar sem ficar presas no trânsito, nos entroncamentos da cidade, perdendo seu tempo.”
Eduardo Ligabue (PCO)
“A proposta aqui em Pelotas e em todas as candidaturas do PCO é um transporte de qualidade a todos os trabalhadores. Transporte público de qualidade e um transporte que seja, se possível, gratuito, subsidiado pela prefeitura e pelos órgãos de transporte. Um meio de fazer isso é taxar as grandes fortunas e botar impostos ao grande capital.”
Fetter (PP)
“Nós temos múltiplos desafios e muitos caminhos. Primeiro, o transporte coletivo tem que ser reorganizado, porque a situação não está boa com a pandemia. Nós temos muita gente usando as ciclovias e esta é uma coisa importante. Temos transporte alternativo para que essas pessoas possam se deslocar. Temos também esses serviços de aplicativo, que precisam ser regulamentados. A mobilidade envolve muitas coisas, desde pavimentação, sinalização e os próprios meios de transporte.”
Ivan Duarte (PT)
“Já existe um plano de mobilidade urbana feito ano passado, em parceria com a Universidade Federal de Pelotas, que prevê obra de mobilidade em todos os sentidos para daqui a 40 anos. Mas a nossa prioridade é acabar com essa indignidade das pessoas que moram em bairros e vilas que não têm condição de sair de casa. Essa é a falta de mobilidade mais prioritária para nós. No verão, é uma poeira terrível e, no inverno, é um barro que as pessoas ou não têm mobilidade ou são obrigadas a ensacar os pés para poder sair de casa. É isso que nós vamos priorizar: acabar com esse tipo de falta de mobilidade.”
João Carlos Cabedal (MDB)
“Na verdade, eu não vou resolver isso sozinho. Nós vamos convidar os empresários, dos quais eu faço parte, vamos convidar a universidade, as entidades de classe e, juntos, iremos elaborar um projeto com essa finalidade. O MDB tem como referência resolver as necessidades das pessoas e acredito que nós, na prefeitura, teremos uma demanda bastante grande. Com essa função, iremos resolver a demanda e a necessidade da nossa população.”
Julio Domingues (PSOL)
“Nosso mandato irá propor melhorias ao transporte coletivo porque é um serviço caro para os trabalhadores. Então, iremos rever com a empresa responsável pelo consórcio de ônibus para garantir um maior envolvimento da Prefeitura de Pelotas e priorizar as melhorias que devem ser feitas nesse serviço. Vamos também incentivar os transportes alternativos pela cidade, como as bicicletas. Mas, para isso, primeiramente, devemos ter melhorias nas ruas, prioritariamente nos bairros e vilas, onde têm locais que são difíceis, inclusive, de transitar a pé.”
Marcelo Oxley (Podemos)
“Pretendemos colocar calçamento em todas as ruas em que passam os ônibus nos bairros, principalmente nos balneários da cidade, como Laranjal, Barro Duro e Z3. Na Z3, nosso compromisso é colocar calçamento na Avenida Rubens Souto, o que aumentaria o turismo na região, contribuindo, também, na geração de emprego. Queremos reformular muitas faixas de seguranças e rótulas. Na pavimentação, vamos utilizar material duradouro e de qualidade. Para viabilizar estes projetos, criamos o Pacotão da Redução, que consiste em diminuir alugueis da prefeitura, buscar a inadimplência do IPTU e redução de cargos de confiança.”
Marco Marchand (DEM)
“Para reestruturar a mobilidade urbana de Pelotas, vamos contratar um novo corpo técnico com engenheiros pra redesenhar o sistema viário, com a criação de viadutos, elevadas e modificações no trânsito. No transporte público, nosso objetivo é criar também uma rede de ônibus maiores só para as principais vias do centro, onde terão os túneis para integração entre ônibus. E veículos mais leves, como vans e micro-ônibus, vão fazer o trajeto bairro até o túnel. Para isso, haverá uma nova concessão. A utilização do transporte público de qualidade fará reduzir número de carros, reduzindo poluição e liberando os espaços públicos.”
Paula Mascarenhas (PSDB)
“A mobilidade urbana é um dos maiores desafios para as cidades no momento atual. Nós fizemos, em Pelotas, o plano de mobilidade, que passou a ser um instrumento balizador de todas as ações no futuro. Tivemos grandes avanços. Um deles foi a licitação do transporte coletivo rural, que propiciou que a população rural pudesse pagar o mesmo valor de tarifa do coletivo urbano, superando um abismo histórico que havia. Também investimos muito em ciclovias. Hoje temos mais de 50 km na cidade. Implantamos o Bikepel, o aluguel de bicicletas, investindo no transporte alternativo. Queremos ampliar essa rede cicloviária e unir as ciclovias. Queremos, também, pavimentar ruas onde passa o transporte coletivo nos bairros. Ainda este ano, devemos editar a regulamentação dos aplicativos. E pretendemos investir muito em acessibilidade no próximo governo.”
Tony Sechi (PSB)
“O transporte público de Pelotas é muito caro, isso acaba trancando o desenvolvimento da cidade. Nossa proposta é baixar a passagem para R$ 2 e priorizar o asfaltamento das linhas de ônibus. Vamos também regulamentar os serviços de aplicativo e criar o Fundo de Amparo ao Trabalhador Informal de Aplicativo, com garantias de licença-saúde em caso de acidentes e, também, estímulo à contribuição do INSS. Para isso, vamos ter cortes, como redução de alugueis de prédios da prefeitura e diminuição de 50% dos cargos comissionados. Nos transportes alternativos, vamos ampliar o Bikepel e qualificar as ciclovias e ciclofaixas.”
Rio Grande
Assis Lilja (PSD)
“Nós viemos aqui a um dos pontos mais críticos do trânsito da nossa cidade. Pretendemos representar junto ao governo do Estado um pedido de duplicação, por meio de um decreto, que representa a duplicação da ERS-734 do trecho entre a Junção e o Trevo. Dependendo do retorno que tivermos, nós esperamos municipalizar a avenida Itália para que possamos dar maior fluidez ao trânsito na cidade.”
Augusto César (DEM)
“O número de veículos da cidade Rio Grande aumentou muito nos últimos tempos e os governos do MDB e do PT forem incompetentes para resolver esses graves problemas. Eles foram incapazes de fazer a licitação do transporte coletivo, de solucionar o problema da Rótula da Junção e duplicar ERS-734 até o pórtico. Nós já estamos em contato com o governo federal, com o ministro Tarcísio [Gomes de Freitas, ministro da Infraestrutura] para receber dinheiro e resolver esses problemas. E vamos, também, fazer a licitação do transporte coletivo.”
Darlene Pereira (PT)
“Em termos de mobilidade, nós já fizemos muito. Foram 98 ruas, 30 km de ciclovia e ciclofaixas, e o complexo da Junção. Mas nós temos um sério problema ainda a resolver, que é o engarrafamento da ERS-734. Esse é um problema do estado, que ainda não foi resolvido, e que nós vamos resolver fazendo o binário entre o pórtico e a Junção, além da realocação da Estação de Transbordo e também a qualificação da [estrada] Roberto Socoowski.”
Engenheiro Rosberguer (PDT)
“Nós, do PDT Rio Grande, entendemos que não tem solução mágica para problemas tão complexos e que perduram por muito tempo, como é o caso da mobilidade urbana. Entendemos que o gestor tem que ter um caminho para isso. Ele tem que buscar um planejamento participativo para buscar soluções em prol da comunidade. Neste contexto, entendemos que qualificar modais de transporte é uma das variáveis. E é de suma importância fiscalizar, ter maior transparência no transporte público. Esse é o caminho que o PDT busca para mobilidade urbana.”
Fábio Branco (MDB)
“É urgente a duplicação da Roberto Socoowski. Nós temos a necessidade da duplicação da ERS-734, o trecho do Trevo até o pórtico e o lote 4 na Barra. Temos que continuar fazendo investimentos nos bairros para que possamos melhorar as condições de fluidez trânsito na cidade. Vamos continuar investindo em ciclovias, e também queremos melhorar o plano de mobilidade urbana de Rio Grande. Temos alguns gargalos que precisam ser enfrentados.”
Professor Ademar Moraes (PSL)
“Vamos buscar a viabilização da travessia a seco entre Rio Grande e São José do Norte. A gente vai implementar um sistema de controle de tráfego na cidade para melhorar o fluxo de trânsito através de semáforos. Também vamos exigir dos transportes coletivos qualidade e conforto para todos os usuários, o que hoje nós não temos, e vamos exigir isso de todas as prestadoras de serviço. E vamos trabalhar com um sistema modal para melhorar o fluxo para cidade.”
Simone A Mulher do Asylo (PL)
“Rio Grande já foi uma cidade moderna no começo do século passado e precisa retornar ao progresso. Por isso, vamos implementar soluções diversas de engenharia de tráfego a fim de promover, prioritariamente, a segurança e fluidez nas horas de grande fluxo. O projeto Aqua Bus, para fazer um transporte público margeando bairros e ilhas. Replanejar o DATC, seguir o projeto das ciclovias com estacionamentos no centro da cidade e um maior carinho com as linhas deficitárias são as metas. Sentar com a direção da Noiva do Mar e, juntos, resolver questões prioritárias para a população. Pensar grande, pensar moderno, apoiando os aplicativos e novos modais de transporte interbairros.”
Vera Mayorca (PSOL)
“Podemos associar o aumento da frota de veículos individuais à deterioração, má qualidade e alto custo do serviço de transporte público na cidade. Segurança e fluidez na circulação também significa um aumento na qualidade de vida, acesso ao lazer e à cultura, principalmente da população que vive do trabalho. Para isso, além de viabilizar uma empresa pública urbana de ônibus, que atenda as demandas do município, almejamos planejamentos e projetos que viabilizem o uso de bicicleta conectado a outros modais, de forma a garantir a mobilidade plena, através da participação efetiva das comunidades envolvidas, buscando soluções que atendam às necessidades da maioria da população, e não das grandes empresas que lucram com transporte público.”
Funciona Assim: O que faz o prefeito?

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